JOANA ANGÉLICA: SUA CORAGEM A TRANSFORMOU EM MÁRTIR DA INDEPENDÊNCIA.

Em meio aos conflitos ocorridos na Bahia durante as lutas pela independência do Brasil, destacou-se a religiosa Joana Angélica de Jesus. Baiana, nascida em Salvador, em 12 de dezembro de 1761, Joana Angélica manifestou desde cedo inclinação pela vida religiosa.
Assim, aos 20 anos de idade, a jovem Joana entrava como franciscana para o Convento da Lapa. A vida dedicada à oração e caridade fez de Joana Angélica, exemplo edificante entre as irmãs do mosteiro. No Convento atuou em diversas funções, dentre as quais se destacam: a de escrivã (1797), vigária (1812-1814), abadessa (1815) e prelada (1819). Na época das lutas pela independência, ocupava pela segunda vez a direção do Convento da Lapa, quando as tropas portuguesas invadiram o local e deu-se o notório acontecimento.
Resultado dos desentendimentos entre brasileiros e portugueses, o conflito passou a ser resolvido pelas armas. Assim, no dia 19 de fevereiro iniciou-se com a ofensiva portuguesa, quando atacaram o forte de São Pedro e, quase ao mesmo tempo, os quartéis da Palma e da Mouraria.
Nessa investida ao quartel da Mouraria, um grupo de soldados tentou invadir o Convento da Lapa, do qual Joana Angélica era abadessa. Os portugueses acreditavam que no claustro, vizinho ao quartel, houvesse sediciosos e armas escondidas.
Como diretora do Convento, Sóror Joana Angélica postou-se à porta de entrada diante dos soldados numa tentativa de impedir que aquele local, totalmente vedado a homens, fosse maculado. Colocou-se como barreira, proferindo as palavras: “Recuai ou só penetrareis nesta casa passando por sobre o meu cadáver” (ABREU, 1973). A abadessa foi atacada a golpes de baioneta pelos soldados.
A abadessa Sóror Joana Angélica faleceu pouco tempo depois, no dia 20 de fevereiro de 1822. Por sua coragem e determinação, hoje é lembrada como mártir da independência do Brasil. Para homenageá-la, a avenida ao lado do Convento da Lapa foi batizada com o seu nome.
Texto base: Simone Ramos Marinho – Revista Resgate da Memória no. 02.